Sophie Cooke é inglesa, tem 24 anos, e nesta segunda-feira 25 de março de 2019, o frio londrino bate em seu rosto enquanto ela corre pelo saguão do aeroporto urbano de Londres, o London City. Direção Alemanha, Düsseldorf. Não é a primeira vez que ela faz este voo, pelo contrário. Como muitas companhias britânicas após o Brexit, a empresa dele montou escritório num pais da União Europeia para não perder seus mercados do continente.
Sophie teria preferido que seus patrões escolhessem Paris ou mesmo Bruxelas, mas o rigor alemão foi mais atrativo. Falando em rigor, o avião está aí, no portão de embarque indicado. Como todas as segundas-feiras. Check-In, passagem pelo portão, entrada no avião, tudo é automatizado. Passaporte na mão para escaneá-lo mias rápido nas diferentes etapas, Sophie talvez já pensa na chucrute que vai comer no almoço.
Instalada em sua poltrona, a moça sabe que a hora de viagem até o destino pode ser aproveitado para um pequeno cochilo. E mais ainda porque seu vizinho é um típico apreciador das iguarias alemães: os botões de sua camisa penam em disfarçar a barriga proeminente. Ainda bem que Sophie não fala alemão, assim ela pode se livrar da eventual conversa com um definitivo “entschuldigung, ich spreche kein deutsch”.
A inglesa já deitou aqueles poucos centímetros possíveis na poltrona, já botou sua máscara (nos olhos, estamos ainda antes da pandemia). São 07H30, as rodas do Embraer 170 já começam a se mexer: precisão alemã (o voo é da British Airways mas é terceirizada para uma operadora germânica). Sophie gosta desta pontualidade, mesmo se, de vez em quando, um pouco de fantasia não faria mal a estes planos sempre tão certinhos.
Questão fantasia, desta vez, ela vai ser servida. Por que ao invés de cerveja para o almoço, a bebida proposta será… whisky! Os Cabeças da Notícia de 25 de março de 2021 contam a história do voo BA 3271. Nada grave, uma simples anedota, mas que diz muito sobre o modo de pensar dos europeus >