Pode até parecer estranho no mundo de 2021, mas a tal de “cura gay” podia oficialmente existir até há pouquinho mais de 30 anos. “Cura”, sim, porque até então homossexualismo, como era chamado, era doença com registro na famosa CID, a Classificação Internacional de Doenças, mantida pela Organização Mundial da Saúde, a OMS.
O “estatuto social dos relações entre mesmo sexo” evoluiu muito nas civilizações. Em nossas sociedades ocidentais, há forte influência da religião cristã. E os que preocupam a igreja em primeiro plano são os homens. Por isso, o interesse do Vaticano para as lésbicos é muito menor.
Os que realmente atraíram a ira da Santa Sé – e do Arcebispo de Canterbury, o chefe espiritual dos anglicanos – eram os homens em suas “conjunções carnais”. Num conjunto de dogmas onde o sexo é apenas tolerado quando ele é destinado à sua função reprodutora, dois rapazes numa mesma cama só podiam ser a horrenda expressão da luxúria e do vício, devidamente condenados. Até a masturbação era objeto de tratamentos, quando não de castigos espirituais e corporais.
A medicina, que nos países católicos era em sua maior parte dependente das benesses do poder político, este por sua vez muito ligado ao espiritual, não pretendia afrontar os poderosos prelados. E a convenção era que esses “desvios de conduta” eram frutos de mentes perdidos, mesmo que em corpos aparentemente sãs.
Neste 17 de maio de 2021, os Cabeças da Notícia voltam no tempo para mostrar que LGBT não foi sempre sinônimo de discriminação >