A guerra do Viet-Nam tinha terminado oficialmente dois anos antes, após os acordos de Paris de janeiro de 1973. Após mais de 10 anos de conflito, o balanço mostrava uma derrota do maior poderio militar do mundo: os Estados Unidos. As operações de grande envergadura não tinham alcançado os efeitos desejados. E a opinião pública norte-americana já não suportava mais a famosa e trágica volta de seus filhos “em sacos plásticos”.
Coube ao Conselheiro de Segurança Nacional estadunidense Henry Kissinger firmar o compromisso de retirada das tropas, em troca de um cessar-fogo que cortava o país em dois: o norte para os “comunistas”, o sul para um governo “democrático”. Quantos foram os que acreditaram que a solução diplomática ia perdurar? Poucos. A vitória das forças do norte estava clara, e com a saída dos americanos, a tomada da parte “livre” era questão de tempo.
Dois anos, na realidade. Em 1975, os Viet-Cong retomam o plano inicial: atingir a capital Saïgon. De nada adiantará a Presidência dos Estados Unidos pedir a seu Congresso créditos suplementares para impedir os nortistas, a página já está virada, os americanos querem esquecer a guerra em geral, e esta em particular. Os veteranos que sentem na pele o descaso, quando não o repúdio de seus conterrâneos. O retorno dos perdedores será difícil, eles vão ter que esperar Rambo para que a América comece a entender seu sofrimento.
Mas o último capítulo ainda está por acontecer neste 29 de abril de 1975 na capital do Viet-Nam do Sul. Os soldados comunistas estão nas portas da cidade. Em algumas horas, é preciso evacuar o pessoal que ainda ficou. E a operação vai ser complicada… Reviva a evacuação de Saïgon nos Cabeças da Notícia de 29 de abril de 2021 >